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Sarau dxs Atrevidxs

OFICINA DE TEATRO ATREVIDA

 

DESCOBRIR O LIRISMO DO CORPO

A oficina de teatro atrevida tem objetivo de promover um encontro entre as pessoas que tem vontade de se expressar através do teatro e despertar em si mesmas o caminho criativo da linguagem corporal, o seu lado lírico/poético. 

Oficineira: Karina Maia

Os encontros serão quinzenais no Ateliê Casa 9, iniciando dia 19 de março, sábado às 15:30, com duração de 3 horas, intervalo de 15 minutos. Os participantes atrevidxs terão de ser maiores de 15 anos.

As inscrições serão feitas pelo e-mail saraudxsatrevidxs@gmail.com

Número de participantes para inscrição: 15.

Para inscrição faça um pequeno texto falando sobre o interesse na oficina de teatro.

Contribuições para a oficina: valor mínimo R$ 10,00.

Requisitos para as atividades corporais: roupas confortáveis e soltas, portar garrafinha de água, ter disposição e alegria para se divertir e conhecer outras pessoas!!!

Eu sou o Sarau dos Atrevidxs!

Não tenho meio 
nem fim

e tenho som
e tenho voz,

Mas não sei
pedir licença

Encontro poético de gente atrevida.

 

Nasci e to crescendo.
Sou alegre e denso!

Meu berço é um Ateliê*
Me alimento do seu atrever

Logo vô tá na rua
Junto a poesia crua

     UM CERTO SARAU DXS ATREVIDXS*

     

      Engraçado, depois de tanto prometer e tanto acontecer, eu ainda não ter falado no Sarau dxs Atrevidxs por aqui, uma paixão que me move há um ano, foi concebido pela mãe nostalgia e o pai saudade esse embrião que em três do mês de maio completou um ano de resistência, mas como tudo tem um começo… eu estava morando numa apertada e eclética república na rua treze de maio no bairro bixiga em sp, eclética por receber dentro daquele galpão dividido em pequenos quartos de três por um e meio uma brasilhama inteira, toda sorte de gente de lados e opostos e linguajares e dialetos incomuns, não foram poucos os sonhos que eu conheci por lá, moçoró, matão, pelotas, campinas, americana, corumbá… tudo uma mistura homogênea de gente comum e barulhenta, bebendo vinho, trocando ofensas, tocando músicas e dividindo os prendedores de roupas, não se ai o mesmo de um lugar assim, dentro do pequeno e apertado quarto divido com um amogoirmão, o beliche confortável e a vista para o teto era minha, a janela principal era a tela emblemática e sufocante do computador, mas com twiter parecia existir esperança, era terça-feria, vi um anuncio de um sarau, algo que até então eu não conhecia, sarau suburbano convicto na rua treze de maio no bairro bexiga, entrada: um sorriso, teremos lançamento de livro e do cd do sombra “o homem sem face”, fiquei num vou não vou e não fui, na semana seguinte, olhava pela minha janela enclausurada e vi de novo o mesmo anuncio, terça-feira, 20 de agosto de 2013, lançamento do livro “as vozes nos porões” de alejandro reis, dessa vez eu vou, e fui, “quero conhecer essa coisa”, pensei, cheguei no prédio, todo cheio de grafites e pixos muito estiloso, subia as escadas e entrei, várias pessoas me comprimentaram muito simpáticas, um homem que parecia coordenar as coisas por ali me perguntou: quer se inscrever? respondi que não, ora, queria primeiro ver onde estava pisando, quem era essa gente e o que faziam, o lugar ao redor, uma sala não muito grande com um bancão de venda de salgadinhos e muitas, muitas estantes de livros para venda, livros, cds e dvds e revistas que eu não conhecia, uma livraria especializada em literatura periférica, já gostei do nome, então dois deles, um magro e um mais gordo, um com nome estranho: tubarão dulixo e o outro mais comum, alessandro buzo, apresentaram o que ia acontecer naquela noite, tudo rimado, tudo com um ar de solenidade e acontecimento, “temos hoje o autor do livro…” “agora vamos de poesia” e iam chamando os inscritos no cerimonial, o sujeito poeta ia pro meio da turma e recitava ou lia algum poema, todos aplaudiram e reverenciaram todos os poetas do mesmo jeito, não importava o tamanho do poema, nem o brilhantismo nem a originalidade, nada disso, o que valia era o entusiasmo em se expressar ali, naquela roda intimista e puramente poética, e assim foi que começou minha vida de novo, nunca mais naquele ano eu deixei de ir lá naquele lugar que se tornou sagrado pra mim, na próxima vez eu trago alguma coisa e tomo coragem pra ler pra eles, e parecia que era isso que faltava mesmo, jogar a voz ali no turbilhão de gente esperando por isso, tudo isso com muito respeito e também todos do mesmo barro, vi artistas passarem por ali naquelas terças-feiras que já tinha ouvido falar na grande midia, mas ali, eram mais um poeta querendo atenção, trocando emoções, compartilhando o mesmo momento, nada de ícones, somente artistas, deu curiosidade de conhecer mais, soube que existiam outros lugares assim, sarauoquedizemosumbigos, lá no itaim paulista, fui lá então, conhecer, duas horas de viagem, longe longe, encontrei linda gente alegre e performática, sarau da praga foi o último que consegui conhecer antes de fazer as malas e abandonar sp naqueles dias, cheguei em santa maria pra morar com dois amigos e terminar o curso de teatro, e doía, toda a terça-feira doía não ter como ir no sarau que era tão fácil, só descer a rua treze de maio apertar o botão e subir as escadas, em santa maria não tinha nenhum sarau poético, todos os saraus por aqui eram de outra natureza, mantive contato com amigo poetas que conheci em sp, um dia reclamei minha angustia e ele respondeu profeticamente: por que você não cria um então… falei com meus amigos de casa jean e thiago, vamos fazer um sarau assim assim assim… onde o principal são as poesias? ó sim, e fizemos um projeto, tá e aí, e zaz… mas onde? conversa di lá e daqui, e o poeta jack disse: já sei, tem um lugar muito diferente aqui em santa maria, você conhece o ateliê casa 9? não, terá um evento lá por esses dias é o findarte, chega lá e lança tua ideia pro pessoas, o eduardo a marília ou o jorge, não consegui ir no tal findarte, trabalhava num bar no centro de santa maria e morava na periferia, naquele tempo e me sugava a alma (tempos difíceis), o primeiro contato foi com jorge, e marcamos uma conversa no ateliê casa 9 para eu expor minhas ideias e do jean sobre como seria o sarau, nem sei direito que sensação senti quando entrei na casa, um lugar completamente diferente, cheio de arte, pintura, poesias, pixos por todos os cantos e paredes e lados, o ar já tinha algo de poético, que lugar perfeito, conversamos o que pretendíamos, marcamos uma data e … o nome? sarau da boca do monte? mas o que caracterizaria esse sarau em essência, pensei: conheço varios poetas, vejo pessoas postarem coisas nas redes socias, mas elas nunca se comunicam, não falam poesias, elas precisam se atrever! atrever? atrevimento? precisam ser atrevidos, já sei, SARAU DOS ATREVIDOS! era final de abril, tínhamos um nome, um projeto e um lugar pra começar, fixamos uma data, um amigo fez um stencil para um cartaz, o povo do ateliê casa 9 fez os flyers no mimógrafo, em três de maio de dois mil e catorze acontecia pela primeira vez o Sarau dos Atrevidos no Ateliê Casa 9, foi mágico, eu tinha escrito um poema chamado“aos atrevidos” pra ser o manifesto para dar início à confusão… o primeiro momento foi de completo estranhamento, ninguém sabia direito o que iria acontecer, ouve muitos silêncios entre um poeta e outro, mas acabou que todos foram se sentindo muito a vontade pra se achegar com suas palavras, e porque elas eram bem vindas e muito esperadas, o atrevimentos aconteceu, hoje estamos no segundo ano do sarau, já tivemos uma edição na rua, que foi linda, não tenho numero certo que quantos encontros jé fizemos e de quantos poetas já passaram pelo Ateliê Casa 9 nesse ano, mas vamos seguindo com nosso entusiamo respeito absoluto pela arte e a cima de tudo coragem de falar sem pedir permissão!

 

 

* Texto de Karina Maia, originalmente publicado em: https://antkarinamaia.wordpress.com/

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